Sou árvore sem fruto! Tive flores, na juventude, Por única virtude. Agora, as folhas Amarelecidas ou secas, Caem sem cessar, Acenando despedidas.
Fui planta brava Em terra boa.
Não fui benquisto Porque me faltava enxertia; Não flori na Primavera E não dei frutos no Verão. Esperava, um dia, Poder olhar para trás, Sabendo que existo Sem ter sido quimera.
Neste Inverno, Sinto ramos gelados, de cristal, Por meu pão. Faltou-me a plenitude De planta boa e criadora.
...Por única virtude, Resta-me o Dom de ser lenho E aquecer, a toda a hora, O mais Bem-amado coração.
Armistício, acto grande após a dor, Harmonizou Paz, tranquilizou a Terra. Mas tanta gente, desconhecendo o Amor, Repete iguais acções, mesmo pela guerra. Todo o Mundo está esquecido dos tormentos Que os Povos já sofreram no passado. Pausar para reflectir por uns momentos É Dever Sagrado dos homens de Estado. Ignorar a História é um fraco argumento. Pobre ignóbil, é aquele que engrandece O seu (des)aprumo e a sua vaidade. Rico, é manter recto o seu pensamento, Pelo bem comum do Povo que o merece, Promovendo Amor e Paz com equidade. SOL da Esteva
Gelado, Meditando, Eu me sinto vazio, Só, Desesperado... Chorando...
Condenado, No acto de nascer, A sofrer o meu destino Sem me lamentar Do Mundo mau e hostil, Sou culpado e presunçoso, De não ser mais corajoso E me libertar. Sou servil...
Ainda há pouco Tentei o desafio de me encontrar!
Sabe do meu desejo De morrer a sonhar, Sem esperança de nova aurora, Sem novo despertar...
Formação académica: Curso Industrial, Desenho de Máquinas e Construção Civil além do Curso Superior de Relações Públicas, Comunicação e Marketing, em extensão da Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Estágios e desempenho em áreas de Projecto (Projectista), Aprovisionamento, Comunicação e Imagem.
SOL da Esteva é Pseudónimo de Santos Oliveira, na área da Poesia.
Participação activa na Guerra do Ultramar, na Guiné (Pel. Indep. Morteiros 912 – Ilha do Como, Cufar, Tite, entre outros lugares do Sul), por períodos significativos, de 19Set64 a 29Dez65 e em Bissau, ás Ordens do Comando Chefe, até á data de Embarque a 19Set66.
Bibliografia:
– “Acordar Sonhando” (Artelogy)
- "A Guiné no meu tempo - Da Mobilização ao Regresso" (Chiado Editora)