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sábado, 29 de novembro de 2014

Do que eu sinto





Se um dia morreres, eu mato-te!
Esse, é o desespero
De não saber viver
Em tão grande solidão...

Se um dia morreres,
Eu quero sentir-me
Adentro do coração
Que morre nesse momento;
Terei meus olhos furados,
Os meus dias serão negros
E cairei aos bocados
Da lepra que me devora,
Ou da morte que namora
Esse estranho ritual...

Não verei outra razão
Sobrepor-se ao coração.
E nada mais, ou ninguém,
Poderá ser arvorado
Em um Juiz descarado,
Do que eu sinto por alguém.


 

SOL da Esteva

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sábado, 22 de novembro de 2014

Não posso


 



Não posso escrever mais,
De Amor ou de tristezas,
De ódios ou saudades,
Alegrias ou viveres...

Não posso escrever mais
A quem me rodeia, ou a mim,
Porque a Poesia
Se sente, se a houver
Nos olhos que sabem ler
Todo o Viver, ou o fim...

Não posso dizer que a tenha,
No que há dentro do peito,
Seja fúria de vulcão,
Ou tensão que a contenha
Adentro do Coração.

Não posso conter-me, em mim,
E dizer que pare a Vida
Em qualquer dia que venha...

Não posso!...
Mas ao tempo, o meu afecto,
Talvez diga o quanto penso,
Resvale nuas verdades
E mostre o que ainda não sei
Do meu ser incompreendido;
Talvez, até, diferente
Na minha forma de Amar,
Ao jeito de toda a gente.

Não posso, Amor,
Sentir-me, mais, entre a dor
E as delícias de ti.

Oh, morte, como desejo
Saber tudo o que perdi.
Por despedida: um beijo
E a Vida que já vivi.

Não posso mais, nem desejo!...



SOL da Esteva

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sábado, 15 de novembro de 2014

O que levais







Sobram, já, cinquenta anos,

Desde o dia em que morri.

Foram mentiras, enganos,

Ódios que não entendi…



E a voz, alegremente,

Noite a noite, dia a dia,

Enganava muita gente,

Da gente que nele cria.



Eu sobrei! e muitos mais!...

A Pátria, é-me Sagrada

Para dela prescindir!



Traidores, o que levais

Numa mão cheia de nada,

Na desgraça de existir?














Soneto, do Srgt Santos Oliveira, reportando o 50º Aniversário

do acontecimento de 16Nov1964, na Guerra do Ultramar,

na Ilha do Cômo-Guiné, e de Homenagem aos seus Camaradas

do PMort 912 e extensiva aos restantes militares da CC557, que,

nessa noite, “foram” Massacrados, segundo a Propaganda da

Rádio de Argel.



Descrição a ser complementada revendo os Post’s: Batalha,

a 16NOV2011


e A Pátria sou eu, és tu... , a 17NOV2012 


Os bravos de um Pelotão de Morteiros que nunca existiu... http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/12/


no Portal UTW 

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sábado, 8 de novembro de 2014

Abandonada






Corre, no Céu, a núvem apressada,
Foge do vento e da solidão.
Encobre o sol, tal carícia alada,
Ódio ou fel,
Cai na alegria
Que enchia o coração.

Sobra Alma negra,
Amargurada...
Chora de tristeza,
Ou fica esvaziada
Do pó de nada.

Não resta senão o assombro
Após o Estio.
As folhas secas,
Multicores,
Deixam esboços de pintura
Na Terra fria e sombria;
E a sua carne
Abandonada,
Deserta,
Escura,
Não tem Vida,
Não tem nada.


 

SOL da Esteva

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sábado, 1 de novembro de 2014

Juntos no Céu







Voam, nossos Anjos, para o seu destino,
Deixando seus rastos, fiapos de Vida,
A luzir de brilho á Alma perdida
Que se agarra á dor e a tem por caminho.


O tempo, sem tempo, pára o sofrimento
E sofre quem fica retido a sofrer.
Quisera ter força, não esmorecer,
Conquistar a Paz em tão triste momento.

Não há despedida que não tenha dor.
Nós somos quem somos. Não podemos nada
E não encontramos medidas de Amor.

Um dia, estaremos juntos no Céu.
Saberemos que a Vida está acabada,
Quando o cenáculo descer o seu véu.



SOL da Esteva

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