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sábado, 27 de setembro de 2014

Meditando






A chuva triste,
Cobria de finas gotas,
Geladas,
O esmalte do teu retrato,
Sobre o qual eu meditava...
E a terra era tão fria
Quanto o calor do teu corpo
Que em campa rasa dormia;
Nada de mim te lembrava
Enquanto tu foste Vida!...
Agora, no teu Além,
Conheces quanto me tem
Do teu conselho,
Mesmo, assim, em silêncio…

Sabes?
Sinto pulsar, dentro, em mim
A tua voz conselheira
Como Amiga verdadeira
Que não me pode trair.
Ouço-te desde a lonjura
Neste passo que separa
A Vala da Sepultura.

Limpei teu rosto gelado
Buscando o olhar transparente
Que ficasse, em mim, gravado
Desde o passado presente.

Comungaste
De toda a minha tristeza.

Uma lágrima, de chuva,
No teu retrato rolou
E aos olhos se prendeu...
Chorei também,
Mas não fiquei magoado.
Senti-me, mesmo, impelido
E até encorajado
A voltar,
Buscando no teu saber,
Se deva, ou não, acordar
Do sono que faz Viver...



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sábado, 20 de setembro de 2014

Sinto eu!...






Flamejou,
Do teu olhar indiferente e vago,
Um lampejo de ardor
Na verdade infinita,
Na paz interior,
Em todo o sofrimento,
Esconso, no teu arfar,
O anseio de saciar
O teu corpo sedutor.

A ti,
Que em mim afago mansamente,
Oferto o meu pensamento,
A ternura de mim,
Alegria e tristeza
Na realidade impossível.

Sou o nada que se dá,
Debaixo do imenso Céu,
No segredo do amanhã.


Nada, não se palpa;
E o sentir não se vê.
...Mas sentimos nós! Sinto eu!...




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sábado, 13 de setembro de 2014

Privação







Nada mais há, no peito, que a saudade,
Não do tempo, de ti, que eu anseio,
Mas de abraços que são realidade,
Não fôra haver vazios de permeio...

Eu sofro e sofres! É essa verdade
Que nos afasta ou une, ou tem no seio;
É tanta que nos queima a mocidade,
Da pouca que nos resta do passeio.

Lamento, por nós dois, essa tristeza
Que a outros corresponde a pouca sorte...
Proclamo-o, sentido: antes a morte

Que dê a cada um sua leveza
E não oprima tanto o coração
Que, lento, se esvai em privação...



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sábado, 6 de setembro de 2014

Ninguém é igual a ninguém





Sempre escrevi o que sinto,
Seja, ou não, apreciado.
Não gosto (nisso não minto)
De receber, por recado,

Frases vazias e ocas,
Sem conteúdo formal.
Calem-se, todas as bocas
Que usam o seu sinal

P'ra guiar o meu caminho,
No rumo do desalinho.
Não é honesto, tal desdém,

No exercício de ler
Aonde se vá beber.
...Ninguém é igual a ninguém.


 

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